AQUIDAUANA
- Laura Seligman
- 1 de abr.
- 2 min de leitura
Lauren Netto e Keyla Santos

Localizado em Aquidauana, uma cidade situada no interior de Mato Grosso do Sul, o jornal O Pantaneiro se destaca por ser uma das principais fontes de informação da região. Embora tenha sua sede em Aquidauana, o veículo abrange notícias de todo o Mato Grosso do Sul, além de cobrir acontecimentos relevantes de todo o Brasil. Realizamos uma análise da editoria de política do O Pantaneiro com base nas matérias publicadas entre os dias 1 e 28 de fevereiro de 2025. Durante esse período, o jornal publicou um total de 46 notícias. Dentre elas, apenas 17 mencionaram mulheres, o que representa cerca de 36,96% do total de matérias. Esse número revela a quantidade limitada de vezes em que mulheres são mencionadas na cobertura política, frequentemente de forma secundária e sem o protagonismo esperado para suas contribuições.
Por exemplo, em uma das matérias analisadas, intitulada "Governo entrega unidades habitacionais com subsídios do bônus moradia", a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cida Gonçalves, é mencionada em um contexto de reunião para discutir políticas públicas voltadas à mulher. Contudo, o foco da notícia não recai sobre sua participação ou impacto, sendo ela apenas uma das figuras em meio a um conjunto de políticas amplamente discutidas. Isso reforça uma tendência de invisibilidade das mulheres em posições de liderança, mesmo quando suas ações e propostas são diretamente relacionadas à questão feminina.
Outro exemplo é a cobertura de uma audiência pública sobre o combate à violência doméstica e o enfrentamento ao feminicídio, na matéria intitulada “Comissões se reúnem para trazer soluções à escalada de feminicídios em MS”, que, apesar de abordar um tema essencialmente ligado à defesa dos direitos das mulheres, não trouxe à tona as vozes femininas de forma significativa. As matérias que citam deputadas, como Mara Caseiro e Lia Nogueira, são muitas vezes breves e em contextos secundários, sem aprofundar a análise do papel dessas mulheres nas decisões políticas.
Ainda que O Pantaneiro cubra uma diversidade de pautas políticas de relevância regional e nacional, a presença das mulheres na narrativa política segue sendo limitada. Mesmo em matérias que discutem diretamente questões femininas, a abordagem das mulheres tende a ser marginalizada, com uma maior ênfase nas ações de figuras masculinas. Essa falta de protagonismo nas notícias é um reflexo de uma realidade mais ampla, onde as mulheres, apesar de ocuparem posições de destaque e influência, ainda são tratadas como figuras secundárias nas pautas políticas.
A análise das notícias de fevereiro evidencia uma área importante para evolução, no qual o jornal pode desempenhar um papel essencial ao dar maior visibilidade à participação feminina nas questões políticas, sociais e econômicas do estado e do país.



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