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CORUMBÁ

  • Foto do escritor: Laura Seligman
    Laura Seligman
  • 25 de mar.
  • 2 min de leitura

Bianca Campos e Evelyn Mendes



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Na sociedade contemporânea a discussão de gênero é um debate amplamente visado, os assuntos abordados vão desde desigualdade salarial até questões de segurança pública. As discussões se fazem relevantes a partir das frequentes pesquisas e dados realizados sobre o assunto, como é o caso das pesquisas realizadas em 2024 pela Câmara dos Deputados; há uma porcentagem de 13,9% de municípios brasileiros que não cumpriram com a lei da cota de mulheres pelos partidos políticos.


A partir disso, nesta análise, o tema tratado está vinculado ao cenário em âmbito regional, com foco na cidade de Corumbá-MS. Com 96.268 habitantes, é o maior município de Mato Grosso do Sul em extensão territorial, localiza-se na região do Pantanal sul-mato-grossense e próxima da fronteira com a Bolívia, à beira do Rio Paraguai. Segundo a prefeitura da cidade, o município é também ponto de parada da ligação ferroviária entre o Brasil e a Bolívia, sendo a última cidade brasileira antes do território boliviano, do qual se separa por fronteira seca.


Análise


Para entender como as mulheres são representadas na cobertura política do Diário Corumbaense, analisamos todas as matérias publicadas no mês de fevereiro de 2025. No total, foram 30 matérias sobre política, dessas, apenas seis trouxeram mulheres em destaque na manchete, texto ou capa da matéria.


Todas as 30 matérias foram lidas cuidadosamente e quando mulheres eram mencionadas havia uma divisão para auxiliar no diagnóstico. Desse modo foi possível observar como o veículo de comunicação retratou o corpo feminino político, principalmente no município de Corumbá, onde uma mulher ocupa o cargo de vice-prefeita.


A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) foi a mulher mais citada, aparecendo como fonte principal em várias matérias sobre suas propostas, destacamos ainda que as matérias envolvendo a deputada são de cunho estadual e não só municipal. A vice-prefeita de Corumbá também teve algum espaço, mas apenas em uma matéria específica sobre os desafios do começo de governo. Fora isso, na maioria das matérias, as mulheres só foram mencionadas de passagem ou nem apareceram.


Em muitas matérias, a participação feminina foi apenas em citações rápidas, sem destaque. Um exemplo disso foi uma matéria do dia 3 de fevereiro sobre a situação financeira do município: a vice-prefeita foi mencionada por estar presente na reunião, mas não teve nenhuma opinião destacada.


Outro ponto que chamou atenção foi a ausência de mulheres como fontes em matérias sobre a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados. No início do ano legislativo, por exemplo, só os discursos dos parlamentares homens foram destacados, como Paulo Duarte, ignorando as deputadas estaduais e vereadoras.


Apesar das indicações negativas da análise, dados de 2024 da Câmara dos Deputados apontam que Mato Grosso do Sul é o estado com o maior proporção de mulheres na política com 36,48%. Quando olhamos apenas para o PSDB, a porcentagem cai para 35,48%, o que representa 7.312 mulheres a nível nacional.


Diante deste cenário é possível perceber que a cobertura midiática precisa evoluir em relação às mulheres. Mesmo com um percentual alto de representatividade feminina no meio político, as mulheres ainda são pouco citadas em textos jornalísticos, às vezes mencionadas como fontes secundárias ou nem isso. Essa postura evidencia um movimento negligenciador da presença feminina na política.

 
 
 

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